quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Vagas abertas para tratamento de Anorexia na Infância e Adolescência

O IPq dispõe de vagas em projeto de pesquisa para tratamento gratuito de crianças/adolescentes de 12 a 17 anos, de ambos os sexos, com quadro de anorexia nervosa (perda de peso intensa à custa de dietas rígidas; obstinação na busca pela magreza; distorção da imagem corporal e outros). Serão oferecidos atendimento psiquiátrico, nutricional e psicológico. O tratamento tem duração de 6 meses e inclui reavaliação após 6 meses. Inscrições para triagem pelo e-mail: protad.hc@uol.com.br - informar nome completo do adolescente, data de nascimento, nome dos pais ou responsáveis, motivo da procura pelo atendimento e telefones de contato.



segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Muito além do peso

A publicidade contamina a cabecinha das crianças e está por toda parte. O Instituto Alana tem lutado há anos pelo fim da publicidade e comunicação mercadológica dirigida ao público infantil. Os pais acabam sofrendo com isso também, pois quando vão contra à publicidade, acabam sendo vistos como "vilões".

Mas muitas vezes os pais acabam desistindo de lutar contra a publicidade. No início não percebem, mas cada vez que cedem quando a criança bate o pé para trocar o almoço pelo salgadinho, é a saúde da criança que está em jogo. 

Alguns dizem "sim" para tudo, para compensar a ausência causada pelo trabalho. Na verdade estão tentando compensar uma carência afetiva com excesso de bobagens, que geram problemas de saúde, limitações físicas, insegurança e mais carência afetiva. 

E se, com menos de 10 anos de idade elas já sentem as consequências do sobrepeso, como será a vida delas aos 40? 

Pais, procurem informações sobre o que é saudável pro seu filho! Procurem o equilíbrio. Conversem com seus filhos! Comer uma besteirinha de vez em quando faz parte do dia a dia das crianças, mas para desfrutar desse prazer, elas precisam ter saúde! Tudo em excesso faz mal. É muito triste e prejudicial à saúde, uma criança precisar "emagrecer".  Mas infelizmente o sobrepeso e a obesidade podem tomar proporções alarmantes para a saúde fazendo com que essas crianças sofram com problemas de adultos: preocupação com o peso, restrições alimentares, medicamentos, depressão, ansiedade, insegurança....e acabam perdendo um tempo precioso da sua infância.




quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Você não é um pote de nutrientes!

Nunca se falou tanto em dietas como nos dias de hoje e ao mesmo tempo nunca a prevalência de obesidade foi tão alta.

Mas então, o que está acontecendo? Porque será que quanto mais acesso à dietas, mais as pessoas engordam? Como será que estamos lidando com tanta cobrança?




Ninguém mais sabe o que fazer com tanta informação. A cada dia, dezenas de dietas surgem e as pessoas estão enlouquecendo. Já não sobra nada no prato, já não sobra mais prazer em comer. Ninguém mais sabe controlar suas vontades, ninguém mais sabe quando tem fome ou quando está saciado, porque sempre existe alguém ou uma dieta que controla isso por elas. Parece que são constantemente vigiadas, controladas o tempo todo. A a internet e a TV não te deixam pensar em outra coisa.. Te fazem pensar 24 horas em dieta, aliás, em tudo aquilo que "você não pode comer". É o tempo todo convivendo com a tentação seguida da palavra “PROIBIDO”, como se seu psicológico precisasse ser testado para provar que é forte o suficiente.



Ninguém mais se sente bem comendo o arroz soltinho da mamãe, o bolinho de fubá da vovó, a sobremesa do Natal, o brigadeiro do aniversário. Isso é “proibido”, “pecado”. “Você tem que passar vontade, sofrer, se punir, ter vergonha na cara”, “só assim será feliz”. Será? Será que o excesso de informações e cobranças realmente ajuda a ter mais saúde?

Os seres humanos deixaram de ter suas características próprias. Todos devem ser iguais para atingir uma meta em comum: ser magro, sarado, comportado, um exemplo a ser seguido. E se tornaram potes de nutrientes. Não podem sentir absolutamente nada ao ingeri-los. “Não sorria ao comer”. “Não diga que está gostoso”. “Você não pode sentir prazer em comer, isso é coisa de gordo”.
Aliás, ingerem em forma de “nutrientes” mesmo e não mais em forma de comida. O único objetivo é levar a substância para dentro da célula. “Coma nutrientes, mas não muito. O mínimo para continuar sobrevivendo e não perder a oportunidade de emagrecer mais e mostrar nas redes sociais”. E “devem fazer muita atividade física para não acumularem o que foi colocado para dentro”. “Devem comer só uma frutinha antes da corrida. E correr o máximo possível. Nada de “carbo”, gordura, açúcar, nem glúten, lactose nem pensar. Resta só a fruta mesmo”. “Musculação também é permitida, você precisa ter músculos para mostrar que é saudável”.



Acredito que essa paranoia tem apenas um objetivo: nos transformar em robôs. Mas, assim como os robôs, o ser humano também “dá defeito”: baixa auto estima, problemas psicológicos, anemia, desnutrição, compulsão alimentar, anorexia, bulimia e mais uma série de problemas que podem ser desencadeados por tanta cobrança.  Só é um pouco mais complicado para "consertar" e as consequências
podem ser irreversíveis.


terça-feira, 16 de setembro de 2014

O meu com glúten e cobertura extra de lactose, por favor!

Você é satisfeito com seu corpo? Sim? Não? Chegamos a um ponto em que SER INSATISFEITO com o corpo se tornou quase uma obrigação. Não basta ter saúde. É preciso ter o corpo da moça da capa da revista para agradar aos olhos de quem está constantemente observando e julgando. Estamos contaminados pela ditadura da magreza e criando nossos filhos para se tornarem adultos doentes.



Sim, é isso que tenho visto com cada vez mais frequência. As pessoas estão mais e mais insatisfeitas e infelizes. Todos tem uma meta e na maioria das vezes essa meta inclui emagrecer muitos quilos (e cada vez mais), em pouco tempo e a qualquer custo, com ou sem saúde, com ou sem ajuda profissional, com ou sem saúde mental e de preferencia sem glúten e sem lactose. O que importa é emagrecer. Mais importante ainda é sair disseminando essa ideia por ai. A ideia de que só é possível ser feliz magro. Só é possível conquistar um amor, um emprego, uma promoção e até o direito a ir à praia, se você for igualzinha à moça da capa da revista. Aquela moça photoshopada que nem se reconhece na capa daquela revista. Até quem está saudável e satisfeito com seu corpo é forçado a sentir a necessidade de mudar. Não porque acha que não está bem, mas porque a sociedade exige, cobra, critica e não se dá por satisfeita enquanto você não estiver cada vez mais insatisfeito. E se alguém comentar que está feliz assim... vai escutar motivos suficientes para começar a dieta, mudar a cor e o corte do cabelo, ficar com vergonha de ir à praia e ter vontade de trocar de roupa agora mesmo.

“Se a vizinha conseguiu, eu também consigo”. “Se a atriz conseguiu emagrecer para fazer esse papel na TV à base de alface e água eu também posso fazer” (Sim, elas poderiam ficar quietas, mas fazem questão de divulgar este “super segredo” do "emagrecimento-anoréxico-perfeito").
E sempre tem alguém ali bem pertinho de você para te dar “umas dicas ou toques”. “Não come glúten porque engorda”. Ou torcem o nariz diante da sua sobremesa e soltam aquela frase agradável: “Acho que você ganhou peso no último mês”. Ou a clássica: "Nutricionista comendo isso?"  - Não, nutricionista é E.T. Não sabia, não?

POR QUÊ????

Porque as pessoas precisam observar, comentar, denegrir, comparar, competir, humilhar? Minha conclusão é que ninguém está satisfeito com o que é, e chamar a atenção para o defeito do coleguinha ao lado aparentemente tira o foco dos seus defeitos e desvia a atenção para o defeito dos outros.

Agora, e quando existem crianças envolvidas? Alguém já imaginou o que se passa na cabeça das crianças diante dessa ditadura da magreza, diante do caráter medido pela aparência física? Se nós, adultos, surtamos com essa cobrança excessiva, imaginem as crianças.

Muitas crescem observando as mães paranóicas com a aparência física, comprando todas as revistas de dieta e seguindo uma diferente a cada semana, obcecadas por plásticas, medicamentos, shakes, restrições, atividades físicas excessivas... e nada preocupadas com o exemplo que darão aos seus filhos. Muitas transferem suas metas para seus filhos e cobram que sejam perfeitos, que sejam magros para serem bem aceitos, amados, conseguirem um bom emprego ou um bom casamento. Aí a criança que não tem estrutura emocional para aguentar tudo isso “desde sempre”, pira. E a mãe vai dizer que não sabe aonde errou.


Eu não sei o que o glúten e a lactose fizeram para alguns médicos, mas parece que uma parte das minhas redes sociais procurou médicos que acreditam que eles são os vilões da dieta (e parece que se você comer, não só vai ficar gorda, mas vai adquirir o vírus ebola instantaneamente). A maioria, porém, nem se consultou com um “especialista”, mas se a vizinha postou que emagreceu assim, “eu também quero ter intolerância a lactose e a glúten”. E pasmem!!!! Quase todo mundo emagreceu!!!!  \o/ ???


Acompanhem comigo: o que sobra na dieta de um ser humano sem glúten e sem lactose? Pois é... quase nada. Quase impossível não emagrecer. A boa noticia é que se você fizer essa dieta por muito tempo, vai continuar magro (ou não!) porque talvez nunca mais consiga comer esses alimentos que cortou da sua dieta. O que acontece é que seu organismo “acostuma a viver sem digerir essas substâncias” e quando você (tentar) voltar a consumir esses alimentos pode ser que realmente tenha desenvolvido uma intolerância. Meta alcançada com sucesso! (ou não).

Ah, está bem, você ainda achou vantajoso? Pois saiba que existem muitas crianças (e adultos) no mundo inteiro que dariam TUDO para não ter essas duas intolerâncias. Dariam TUDO para comer um brigadeiro na festinha do amigo, dividir um lanchinho na escola, comer uma fatia de bolo no aniversario do primo ou almoçar em qualquer restaurante sem se preocupar. Mas não podem porque possuem limitações, problemas de saúde que causam consequências. Limitações estas que VOCÊ ESTÁ DISPOSTO A TER PARA EMAGRECER! E consequências essas, que você conhecerá em breve se ficar forçando seu organismo a viver no limite: infecções, imunidade baixa, deficiências de vitaminas, e por aí vai...

A cada dieta nova nas capas de revista, a cada descoberta milagrosa para emagrecer, concluo que as pessoas estão perdendo o discernimento. Talvez seja falta de oxigenação no cérebro por conta das dietas restritivas. E me preocupo muito com o que será de nossas crianças daqui a poucos anos. Os transtornos alimentares começam assim. Dietas, cobranças, frustrações, metas inalcançáveis, busca pela perfeição...e o ambiente está cada vez mais propício. #medo


A verdade é que o segredo para ter o corpo perfeito não existe. O corpo perfeito não existe. Esse conceito é subjetivo, porque cada um enxerga a perfeição de uma forma diferente. Buscar a perfeição imposta por nossas mentes e pela sociedade gera frustrações porque cada organismo funciona de um jeito. Além disso, as nossas metas e os padrões da moda estão em constante mutação. Assim, essa busca se torna infinita e a insatisfação e a busca pelo inalcançável viram um vício.

Eu não vou desistir de ser uma nutricionista nadando contra a correnteza. Acredito que é possível ser saudável, aprender o que faz bem e o que faz mal sem restrições nem excessos, ter um bom relacionamento com a comida e SER FELIZ!




Vou ali comer um pãozinho com glúten e cobertura extra de lactose e volto mais tarde!






quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Vagas abertas para tratamento de Compulsão Alimentar


O AMBULIM (Programa de Transtornos Alimentares) do IPq-HC-FMUSP, está convocando indivíduos com COMPULSÃO ALIMENTAR, para avaliação e atendimento semanal em grupo (às sextas-feiras, das 8h ás 12h). 
Para a participar da seleção é necessário ser do sexo feminino, ter entre 18 e 50 anos e preencher o questionário. Para acessar o questionário, acesse o link: http://www.ambulim.org.br/formulario.php



sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

A Alimentação Saudável e seu papel no desempenho de esportistas

Por: Natália Bertola Scudeler - Especialista em Nutrição Esportiva

O desempenho dos atletas vem aumentando gradativamente com o tempo. Os sucessivos recordes alcançados por eles mostram um maior preparo para as competições. Associado a esse sucesso estão a ciência e a tecnologia, que vem buscando cada vez mais descobrir como suprir as necessidades dos esportistas.
Aliado ao avanço da medicina no esporte está a nutrição que vem desempenhando um papel fundamental em como potencializar os atletas na prática dos esportes.
Uma alimentação inadequada para atletas e praticantes de atividade física podem causar queda no desempenho durante a realização da atividade ou ate mesmo consequências mais graves, como lesões, cãimbras, hipoglicemia, desidratação, entre outras.
A alimentação deve ser direcionada ao tipo de esporte, a duração e a intensidade da atividade.  Tudo isso levando em conta a necessidade do indivíduo, devendo-se manter uma boa alimentação ao longo de todo o dia.
Para determinar a refeição pré exercício, existem algumas regras:
  • Lanches ricos em carboidratos e pobres em gorduras devem ser ingeridos uma hora antes do início da atividade para manter a taxa glicêmica boa durante o exercício;
  • Quando o exercício praticado durar mais de 60 a 90 minutos, e o praticante nao tiver como consumir alimentos durante o exercício, a melhor escolha é consumir carboidratos complexos uma hora antes do exercício, esses carboídratos são de digestão lenta fazendo com que a glicemia se mantenha boa por um período maior no sangue.
  • É importante dar um tempo maior para a digestão dos alimentos antes de praticar exercício de alta intensidade, o idel é comer um lanche bem reforçado, com pouca gordura, 2 horas antes. Isso porque os músculos precisam de um maior fluxo de sangue durante o exercício intenso, isso faz com que diminua o fluxo de sangue no estômago, atrapalhando a digestão.
  • Antes de praticar exercício, deve-se apenas consumir alimentos pelos quais já esteja familiarizado. Nunca comer um alimento novo, por não saber como o organismo irá reagir com o mesmo.
  • Deve-se beber muito líquido antes da atividade, para prevenir a desidratação. E para exercício de longa duração, é muito importante o consumo de bebidas desportivas durante a atividade.
Com o término da atividade física é preciso repor alguns nutrientes como o glicogênio muscular, líquidos, proteínas e sais minerais, que foram perdidos durante a sessão de treinamento. Para isso deve-se consumir alimentos e líquidos ricos em carboidratos combinados com alguma fonte de proteína dentro de 15 minutos após o termino total do exercício. Também é importante, combinar com esse carboidrato alimentos que sejam fonte de sódio e potássio, pois esses minerais são eliminados junto com a água pelo suor. E sempre beber muita água.
Essas foram algumas dicas para otimizar o treinamento, mas temos que lembrar que a dieta deve ser personalizada para cada pessoa, respeitando seus hábitos diários, seu objetivo dentro do esporte e suas preferências. Por isso sempre consulte um médico e um nutricionista antes de começar a praticar exercícios. 

Uma boa alimentação é sinônimo de saúde!

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Estudo aponta grande quantidade de sódio em alimentos industrializados

Fonte: www.anvisa.gov.br
18 de novembro de 2010
 

A quantidade de sódio encontrado na batata palha pode variar em até 14 vezes de marca para marca.  Já nos salgadinhos de milho, essa diferença chega a 12,5. É o que revela estudo apresentado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), nesta quinta-feira (18/11), em Brasília. O estudo verificou a quantidade de sódio, gordura saturada, gordura trans e açúcares em mais de 20 categorias de alimentos industrializados.

O caso do macarrão instantâneo com tempero também chamou atenção pela grande quantidade de sódio encontrada. “Em algumas amostras ficou constatado que, ao comer uma única porção desse alimento, a pessoa está ingerindo 167% do sódio recomendado para ser consumido durante todo dia”, explica a diretora da Anvisa Maria Cecília Brito.

Quando analisados isoladamente, o macarrão instantâneo e os temperos para macarrão instantâneo, além da grande quantidade de sódio, apresentam uma grande oscilação desses teores de marca para marca. A variação chega a 7,5 na quantidade de sódio nos macarrões instantâneos e a 7,2 nos temperos.

De acordo com Maria Cecília, essa diferença encontrada nos teores de sódio, nas diferentes marcas de alimentos, comprova que a indústria pode produzir alimentos mais saudáveis. “Vamos encaminhar essa pesquisa para o Ministério da Saúde, para que seja pactuado entre Governo Federal e as indústrias de alimentos uma redução das quantidades de gorduras, açúcar e sal nos alimentos processados”, afirma a diretora da Anvisa.

Bebidas
A pesquisa da Anvisa apontou, ainda, que os níveis de sódio dos refrigerantes de baixa caloria, tanto à base de cola quanto à base de guaraná,  apresentam maiores valores de sódio em relação aos refrigerantes comuns. Nos refrigerantes de cola, a média dos teores de sódio encontrada foi de 54mg/l, enquanto nos refrigerantes de cola de baixa caloria essa média foi de 97mg/l.

Já nos refrigerantes de guaraná, os valores médios de sódio encontrados no produto convencional e no de baixa caloria foram 81 mg/l e 147 mg/l respectivamente. “Esses valores mais altos podem ser explicados pelo uso de aditivos, como o ciclamato de sódio, nos produtos de baixa caloria. Entretanto, é preciso considerar que existem limites estabelecidos e que a quantidade utilizada dessas substâncias não representa um risco para a saúde”, pondera Maria Cecília.

No caso dos sucos, bebidas com concentração de polpa da fruta entre 30 e 50%, a pesquisa indicou menor quantidade de açúcar nas amostras de suco de manga (9,8g/100ml) e maior quantidade do referido nutriente no suco de uva (14,5 g/100 ml). Já para os néctares, bebidas com concentração de polpa de fruta entre 20 e 30%, os menores índices de açúcares totais foram encontrados nos sabores de laranja, maçã e pêssego com uma média em torno de 11g/100ml. Já os néctares de uva são os campeões em teores de açúcares totais com índices que chegam à 14g/100ml.

Gorduras
Para gorduras saturadas, chama atenção a grande quantidade de marcas de alimentos com teores superiores à média encontrada na respectiva categoria.  No caso das batatas fritas, 17 das 28 marcas analisadas estavam com teores de gordura saturada acima da média.

Nas batatas palhas, 55% das marcas analisadas estavam com teores de gorduras saturadas com valores superiores à média desse nutriente para o respectivo produto. Já nos salgadinhos de milho, o maior valor encontrado de gordura saturada (2,6g/25g) foi dez vezes maior que o valor mínimo (0,25g/25g).

Nos biscoitos, o que apresentou os maiores teores de gorduras, tanto saturadas quanto trans, foram os de polvilho. “Com essas informações em mãos, que apontam tanto uma variação de nutrientes dentro de uma mesma categoria de alimentos, quanto entre categorias diferentes, fica mais clara a necessidade de o consumidor observar com atenção as tabelas nutricionais nos rótulos dos alimentos e optar por alimentos mais saudáveis”, orienta a diretora da Anvisa.

Fortificação de farinhas
O estudo da Anvisa também analisou o teor de ferro nas farinhas de trigo e de milho. O objetivo foi verificar se a fortificação obrigatória dessas farinhas com ferro e ácido fólico estava sendo cumprida. De acordo com a Resolução RDC 344/2002 da Agência, a cada 100g de farinhas de trigo e de milho, deve haver no mínimo 4,2 mg de ferro.

Os resultados apontaram que 87% das amostras de farinha, fubá e floco de milho apresentaram teor de fero inferior ao determinado. Já na farinha de trigo, 54% das amostras apresentaram resultados insatisfatórios.

Dados
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), em 2001, 60% do total das 56,5 milhões de mortes notificadas no mundo foi resultado de doenças crônicas não-transmissíveis.  Além disso, o aumento da pressão arterial no mundo é o principal fator de risco de morte e o segundo de incapacidades por doenças cardíacas, acidente cérebro vascular e insuficiência renal.

Já dados do IBGE indicam que, em 2009, uma em cada três crianças brasileiras na faixa de 5 a 9 anos estava com sobrepeso, sendo que a obesidade atingiu 16,6% dos meninos e 11,8% das meninas.  Durante o período de 1974 a 2009, a prevalência de sobrepeso em crianças e adolescentes, entre 10 e 19 anos, passou de 3,7% para 21,7% no sexo masculino e de 7,6% para 19,4% no sexo feminino. Nesse mesmo período, o sobrepeso na população adulta masculina passou de 18,5% para 50,1%, enquanto que na feminina foi de 28,7% para 48%.

Metodologia
Para determinação das quantidades de sódio, gorduras saturadas e açúcares nos alimentos industrializados, foram utilizados os resultados das análises realizadas pelo Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS), a partir do convênio firmado com a Anvisa, e os resultados das análises do Programa de Monitoramento de Alimentos do Estado de São Paulo pelo Instituto Adolfo Lutz (IAL). Ambas as análises foram realizadas durante o ano de 2009 com amostras coletadas no mercado.

Confira aqui a íntegra do relatório do estudo.

Veja também:

Tabela com dados sobre sódio do estudo


Danilo Molina – Imprensa/Anvisa